Confira a entrevista realizada com a Irmã Zélia no Congresso Diocesano da RCC em São João Del Rei - 2009. Onde ela fala do Congresso, expectativas e os universitários.
Eu me chamo Irmã Zélia, faço parte da Congregação Copiosa Redenção e resido em Ponta Grossa, uma das nossas casas mãe.
MUR: Diante da realidade que vivemos hoje, nas universidades principalmente, onde os jovens fazem o uso de drogas, de bebidas, tratam o aborto com muita naturalidade, suicídio, os acidentes , por imprudência mesmo, por beberem e saírem dirigindo. E isso é cada vez mais freqüente. Diante disso, como chegar ao coração dos universitários, de acordo com a sua opinião.
Irmã Zélia: Eu, como já fui universitária, e posso dizer muito sobre isso porque eu consegui atingir muitos jovens dentro da faculdade pelo meu testemunho. Então eu acredito que muitas vezes a gente não precisa falar porque falar para eles que vivem um período, uma vida diferente da nossa, às vezes é complicado chegar à salvação, à evangelização dessa forma, mas o meu testemunho quando eles pediam “vamos para uma festa, para um baile” e eu tinha coragem de dizer a eles “eu hoje vou para a vigília, vou rezar”... Na hora eles até achavam estranho, eles riam da minha cara. Mas depois, quando eles estavam num momento difícil, eles procuravam quem? Aquela que dizia que ia rezar. Então, foi assim o meu testemunho da minha oração e eu percebia neles que eles chegavam depois de uma noite de uma festa, eles chegavam de manhã na aula, chegavam cheio de ressaca, tristes, enquanto eu que passava a noite em vigília chegava feliz, alegre, brincando, e isso começou a criar dentro deles, até mesmo provocar algo dentro deles, tanto que muitos tiverem a curiosidade de ir. Foram e hoje eu tenho até testemunho por escrito de uma menina da minha universidade, que diz: “a maior graça que eu ganhei dentro da faculdade foi ter conhecido você, porque você me levou pra Deus, e esse foi o maior tesouro que eu recebi.” Então, é uma graça imensa de Deus eu hoje poder falar o meu testemunho de não aderir a drogas, ao álcool, revela, denuncia que você é cristão, que você deseja a santidade e que você é feliz assim. Porque às vezes a pessoa pensa que a gente reza, a gente que renuncia a vida de pecado, que a gente é infeliz, não! A gente tem que mostrar a eles que a gente é muito mais feliz do que eles às vezes que fazem tudo isso, usa droga, usa álcool, tem uma sexualidade desregrada e não é feliz. E a gente é. Testemunho é o que mais abrange o coração de um jovem.
MUR: Como conciliar a fé e a razão? Como comprovar para eles que isso pode caminhar junto?
Irmã Zélia: Eu penso que a igreja mesmo, tem um livro do Felipe de Aquino que fala sobre isso, que em tudo a gente tem que conciliar as duas coisas, porque a fé e a razão elas andam juntas, com a ciência e a fé andam juntas. Então eu não posso deixar de acreditar que Deus deu a inteligência ao homem pra desenvolver as coisas, pra criar as coisas, mas que em tudo há o sobrenatural. Se eu caminhar só pela razão eu deixo de fazer a experiência mais forte da fé que é a experiência mística, a experiência da fé que não se explica. Então por exemplo, a cura de um câncer que a medicina não conseguiu atingir, o remédio não conseguiu chegar, não tem uma explicação, é um mistério; mas eu creio que uma oração é um dom mudou uma história. Também eu não deixo de acreditar que Deus pode usar da medicina, do remédio... Eu que fiz Farmácia Bioquímica, Deus usa da medicação também pra eu operar uma cura, então as duas coisas estão muito junto. Agora se eu fico só com a razão, eu viro um clínico, porque se eu tenho só a fé e a espiritualidade, eu chego no céu. Agora, se eu tenho só a razão, porque a razão não explica nada, a razão é incapaz de explicar o nascimento de uma criança, a razão é incapaz de explicar o sol que saiu hoje. Então, só a ciência em si ela não me diz nada, mas a ciência com Deus ela me diz tudo.
MUR: Quais são os caminhos para se atingir uma unidade forte sabendo que tantos jovens padecem na solidão, na depressão, vivendo em um mundo particular?
Irmã Zélia: O caminho pra mim único e verdadeiro é o acolhimento. Quando eu acolho, quando eu tenho um coração como o de Jesus Cristo, eu trago essa pessoa para Deus pelo acolhimento. Eu lembro da faculdade que muitos não suportavam quando eu falava, mas eu acolhia. Tinham pessoas que seguiam seitas, caminhos, doutrinas que não eram cristãs, e eu nunca falei: “Olha, essa doutrina não é de Deus”. Mas eu sempre acolhi com muito amor, e isso levou a um questionamento. Um dia uma menina chegou pra mim e falou: “Por que você acolhe a gente tão bem?” Até então todo mundo tinha tentado provar pra ela que aquilo que eu falava, aquilo não era de Deus. E eu amava ela do jeito que ela era, a essência dela, por ela ser filha de Deus, por ela ser minha irmã. E aquilo levou ela a uma conversão de vida, a qual levou ela a falar “eu quero seguir o caminho que você segue”. E o próprio Deus convenceu aquele coração que aquele caminho que ela seguia não era um caminho que agradava o coração de Deus. Eu nunca precisei falar uma palavra pra ela. O meu amor levou ela a uma conversão de vida. Então quando eu acolho, quando eu amo a pessoa do jeito que ela está, na situação que ela vive, sem criticar ela pelo pecado dela, mas eu faço o que Jesus fez com a samaritana, com a pecadora, eu conquisto essa alma pra Deus.
MUR: A senhora acha que os objetivos do congresso deste ano foram atingidos? E o que a senhora achou de uma fora geral (dos irmãos, do acolhimento, se eles acolheram bem as palavras)?
Irmã Zélia: Mineiro para mim tem sempre o dom do acolhimento por excelência, ele já tem isso na natureza dele, acolher bem, com alegria, cuidar da gente como se estivesse cuidando de Jesus Cristo, preocupado com cada coisa, com alimentação, se a gente está descansando bem, e colocar a gente num lugar onde a gente pudesse ter privacidade... Então eu agradeço a Deus por isso, eu creio que aquilo que o congresso nacional pediu foi atingido aqui, esse senhorio de Jesus, esta busca, esta união, união da música, das artes, ontem a Adriana fez o show, e é isso que Deus quer mesmo, que a gente una a música com a pregação, uma os consagrados com os leigos, os jovens com os adultos, porque esse foi o último pedido de Jesus antes d’Ele morrer: a unidade. A unidade gera força em tudo, deixa a obra mais bonita. Então aqui tinha jovens, aqui tinha adulto, aqui tinha crianças, e todos muito concentrados, prestando atenção em tudo. Então eu creio que o que Jesus precisava fazer Ele fez. A presença de Jesus na adoração, na comunhão coma adoração, estas missas, a confissão com o sacerdote, tudo caminhou muito bem, muito tranqüilo. Então eu louvo e agradeço a Deus pelo coração, pela abertura de cada um nesse congresso e tenho certeza que nós todos vamos voltar pra casa com o coração mais cheio do Espírito Santo. e como que funciona os esquemas ?
Comunicação MUR - Diocese SJDR
Rafela Bastos
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